en-Atividade Física entre Adolescentes: Um Olhar Científico

29/12/2023

Quais fatores associados ao nível de atividade física em adolescentes?

Texto elaborado por: Naiara Ashaia. Revisão: Michelle Malkiewiez e Catiele Raquel Schmidt

Destaques

  • Condição socioeconômica influencia na chance de praticar atividade física entre os adolescentes.
  • Meninas tem menos chance de praticar atividade física que meninos.

Na saúde pública, a atividade física entre adolescentes tem se tornado uma preocupação. O sedentarismo nessa faixa etária, com suas implicações para o bem-estar físico e mental, representa um desafio para a assistência em saúde.

Entre as principais medidas de promoção da saúde, destaca-se o estímulo à prática de atividade física. Felizmente, os comportamentos são passíveis de modificação, o que abre portas para intervenções que podem ter um grande impacto na saúde geral dessa população. No entanto, para que ocorra essa complexa mudança é essencial identificar os fatores que influenciam seus hábitos de vida.

Nesse contexto, um estudo de abordagem quantitativa, realizado em uma capital na região Centro-Oeste brasileira, buscou observar os fatores associados ao nível de atividade física entre adolescentes.

Dificuldades na Prática de Atividade Física entre Adolescentes

A prática de atividade física impacta positivamente o corpo, contribui para a saúde mental e promove interações sociais. É capaz de reduzir o desenvolvimento de condições crônicas e dos sintomas de depressão e ansiedade.

Porém, estimativas revelam que quatro em cada cinco adolescentes não praticam atividade física regularmente. Além disso, um estudo nacional revelou que o percentual de alunos sedentários aumentou de 61,9% para 63,8% entre 2009 e 2019.

Entre os obstáculos para a prática de atividade física entre adolescentes estão os conflitos de horários e a pouca atratividade das atividades oferecidas pelas políticas públicas. Fatores como nível socioeconômico, baixa autoestima, ansiedade, depressão e transtornos alimentares também exercem influência sobre a prática de atividade física.

Pensando nisso, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul desenvolveram o estudo "Fatores associados ao nível de atividade física em adolescentes". A análise envolveu adolescentes entre 10 e 19 anos regularmente matriculados em escolas municipais de Campo Grande e no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). Assim, contou com a participação de 219 adolescentes, com idade média de 15,7 anos.

A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário autoaplicado composto por escalas validadas, o que garantiu a qualidade e confiabilidade das informações coletadas. Essas escalas abordaram questões como autoestima, risco para transtornos alimentares, sintomas de ansiedade e depressão, além do nível de atividade física.

Resultados

Os resultados da análise mostraram que meninas tinha menos chances de praticar atividade física em comparação aos meninos. Além disso, os adolescentes com autoestima alta tinham maior probabilidade de se envolver em atividades física. Quanto ao nível socioeconômico, os adolescentes da classe média e alta apresentaram menor probabilidade de praticar atividade física em comparação com os da classe baixa.

Os adolescentes em risco de desenvolver transtornos alimentares tiveram uma maior probabilidade de praticar atividade física. No que diz respeito aos sintomas de ansiedade e depressão, aqueles com sintomas graves e moderados tiveram maior probabilidade de serem menos ativos fisicamente.

Conclusão

Os resultados enfatizam a necessidade de promover a atividade física entre adolescentes com baixa autoestima e risco de depressão. Isso não é apenas uma medida de saúde pública, mas também uma ferramenta para o bem-estar geral dos adolescentes.


Texto do blog elaborado com base no seguinte artigo: Furtado AR, Sá JS, Andrade GKS, Giacon-Arruda BCG, Bomfim RA, Silva DS, Teston EF. Fatores associados ao nível de atividade física em adolescentes. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2023; 32:e29292442. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2022-0244pt

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